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O Peso Ambiental da Moda no Planeta

A indústria da moda, conhecida pelos seus ciclos rápidos e consumo acelerado, enfrenta hoje um dos seus maiores desafios: o impacto ambiental. Este cenário, marcado pelo fast-fashion, não apenas altera o ritmo a que consumimos roupas, mas também deixa uma marca profunda no meio ambiente. A moda rápida promove uma produção em massa, onde o baixo custo e a alta velocidade se sobrepõem à sustentabilidade e à qualidade, levando a uma crescente montanha de lixo têxtil. Este lixo, frequentemente, leva cerca de 200 anos a decompor-se, apontando para uma crise ambiental de longa duração.

Nos últimos anos, a produção de roupas duplicou, contribuindo significativamente para o desperdício de água e a emissão de gases com efeito de estufa. Segundo dados de um estudo da ONU de 2019, a indústria da moda é responsável por 20% do desperdício total de água global e gera 8% das emissões globais de gases com efeito de estufa. Este crescimento exponencial na produção de roupas não apenas exacerba problemas ambientais existentes, mas também levanta questões sobre a sustentabilidade do nosso consumo.

Um dos aspectos mais problemáticos do fast-fashion é a quantidade de descarte que ocorre em várias etapas do ciclo de vida das roupas, desde a produção até o consumidor final. Em Portugal, estima-se que produzimos 9 mil milhões de peças têxteis por ano, muitas das quais acabam sem uso adequado, contribuindo para o aumento do lixo têxtil. Este cenário é agravado pelo uso de materiais e processos prejudiciais ao meio ambiente, como o cultivo de algodão com pesticidas tóxicos, a produção de poliéster que depende intensamente de combustíveis fósseis, e a fabricação de viscose, que está diretamente ligada ao desmatamento de áreas críticas, incluindo a Amazónia.

A consciencialização sobre estes impactos tem crescido, em parte graças ao trabalho de movimentos como o Fashion Revolution, que nasceu após a tragédia do Rana Plaza. Este movimento procura não apenas aumentar a consciencialização sobre as condições de trabalho na indústria da moda, mas também sobre o impacto ambiental das nossas escolhas de consumo. Ainda assim, os desafios permanecem enormes, com relatórios a indicar que uma parcela mínima das marcas de moda se compromete ativamente com a redução da sua pegada ambiental.

Perante esta realidade, a necessidade de mudança é clara. Alternativas como a economia circular e a economia regenerativa apresentam-se como soluções viáveis. A economia circular, por exemplo, enfatiza a importância de reduzir a produção e prolongar a vida útil dos produtos, em vez de apenas reciclar. A economia regenerativa vai além, propondo processos produtivos que contribuam para a regeneração do meio ambiente, através do uso de matérias-primas sustentáveis.

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